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quarta-feira, 24 de abril de 2013
Amor sem apego
É muito difícil, talvez você consiga durante alguns instantes, mas quando conseguir durante um instante tente retornar para aquilo mais vezes e se conseguir durante dez segundos no zazen, é muito grande coisa! Volte para lá tantas vezes quanto puder. Como a gente volta? Não cogitando. Não significa não pensar porque você está aqui e está ouvindo. Existe algo aí. Melhor dizer: pensar além do pensar e do não pensar. O engano todo vem da atividade mental que se identifica com o eu, é por isso que nos apegamos às ilusões e as ilusões ficam nossas donas.
Ontem vocês perguntaram se é possível viver na vida sabendo que é ilusão e ainda assim usufruir da vida. Sim e muito mais porque a alegria da vida deixa de estar cheia dos sofrimentos inerentes aos apegos. Não é a vida em si que produz sofrimento. Quem produz sofrimento é nosso apego à permanência na vida, porque desejamos estabilidade na vida, porque desejamos nos agarrar às coisas da vida. Elas são muito fortes. Nossos filhos, nossos amores, nossa casa, colocamos apego nessas coisas e elas são impermanentes, então obrigatoriamente teremos sofrimento, mas nós podemos ter profundo amor sem apego, sabendo que é transitório, impermanente e ilusório. Que é um sonho maravilhoso que estamos vivendo, mas que não tem solidez, então é perfeitamente possível usufruir e viver, e ao mesmo tempo ter uma mente livre. Ter conquistado a liberdade. Não vai haver apego, ódio, ilusão. Não vão haver as três coisas que produzem o sofrimento: o apegar-se, o ter aversão e a ilusão.
Postado por Monge Genshô (O Pico da Montanha é onde estãos os meus pés)
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